Da Arte do Belo

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O livro Da Arte do Belo é um livro de ciência genérica prática que retoma, aprofundando-a grandemente, a doutrina de Aristóteles e de Tomás de Aquino, sem deixar de levar em conta, porém, a de Platão, a de Agostinho, a de Boécio, e ainda a de filósofos modernos, como a neokantiana Susanne Langer. Nele, mostra-se o que é a Arte do Belo, suas propriedades, seus fins; o que é o belo e se é objetivo; por que e em que se distinguem as diversas formas ou espécies desta arte; e ainda que é possível aprender a apreciá-la quando efetivamente o é, e a evitá-la quando por qualquer motivo não o é.

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Descrição

O homem é um animal de contemplação, de ação e de produção. Das obras que produz, umas são para uso ou benefício do corpo – são as artes chamadas servis –, enquanto outras são para uso ou benefício de seu espírito – são as artes ditas liberais. Entre estas, há aquelas que, mediante o belo, visam a fazer o homem propender ao bom e ao verdadeiro, e, mediante o horrendo, visam a fazê-lo afastar-se do mau e do falso: são as Artes do Belo, ou seja, a Literatura, o Teatro, o Cinema, a Música, a Dança (= Balé), a Pintura, a Escultura e, por certo ângulo, a Arquitetura – as quais constituem, portanto, um gênero: a Arte do Belo.

É inegável a importância da Arte do Belo para a constituição de uma sã personalidade e para a formação da civilização. Vemos o Gênesis referir a invenção da arte da cítara e da flauta. Vemos as epopeias homéricas contribuir para a educação ético-política de gerações na Grécia antiga. Vemos a arte de Virgílio servir de alicerce para o Império Romano. Vemos os templos cristãos ser como “museus” de todas as artes em ordem à salvação das almas. Mas também vemos Platão, Aristóteles, Agostinho, Boécio, Tomás de Aquino estudá-la filosoficamente. Mas terão fundado eles uma ciência prática, a ciência genérica da Arte do Belo, que se subordine à Lógica, à Política, à Teologia Sagrada? Cremos que não, razão por que lançamos este livro – Da Arte do Belo – de estabelecimento da referida ciência, para o que, no entanto, partimos dos princípios da doutrina daqueles mesmos gigantes da filosofia e da teologia.

Mas a perversão da Arte do Belo tampouco deixa de estar presente ao longo da história, e vemo-la particularmente presente nos momentos de decadência civilizacional ou de revolução. Pode dar-se ou mediante o uso das melhores técnicas artísticas para um fim indevido – fazer propender ao mau e ao falso – ou mediante a feiura pura e simples. Ambas as coisas já se vêm dando, no Ocidente, desde há alguns séculos, mas a partir do início do século XX a Arte do Belo foi como que ocupada por um feio que se quer vender como belo. É o que o historiador italiano da filosofia Giovanni Reale chama tão propriamente “a diluição das formas”: a cacofonia sonora quer passar-se por música; angulosas contorções corpóreas, por dança; rabiscos ou olhos postos nos pés, por pintura; o esdrúxulo arquitetônico, por templos; e assim sucessivamente.

Insista-se, porém: assim como a Arte do Belo é fundamental para a formação da personalidade e da civilização, assim também suas perversões são a base para sua destruição. Acrescente-se que tais perversões não raro, especialmente a partir do século XX, se acompanham de doutrinas que as querem justificar, e ter-se-á uma das razões do atual estado de coisas no mundo. Para agravar o quadro, ademais, temos que até filósofos tomistas acabam por contribuir para essa situação dramática ao aderir à doutrina segundo a qual a Arte do Belo não tem por fim último senão fazer obras belas. Mas também a joalheria ou a costura podem produzir obras belas, e nem por isso se dizem da Arte do Belo, além de que negar que o fim último desta arte seja fazer propender ao bom e ao verdadeiro é negar o dito pelos maiores filósofos de todos os tempos e pelos mesmos maiores artistas de todos os tempos.

A Arte do Belo ou é produtora de formas mimético-significantes e belas cujo fim último é o dito acima, ou simplesmente não o é: porque, se o é, é virtude, e, se não o é, é vício, e nenhum vício pode constituir propriamente arte alguma.

Insista-se, portanto: o livro Da Arte do Belo é um livro de ciência genérica prática que retoma, aprofundando-a grandemente, a doutrina de Aristóteles e de Tomás de Aquino, sem deixar de levar em conta, porém, a de Platão, a de Agostinho, a de Boécio, e ainda a de filósofos modernos, como a neokantiana Susanne Langer. Nele, mostra-se o que é a Arte do Belo, suas propriedades, seus fins; o que é o belo e se é objetivo; por que e em que se distinguem as diversas formas ou espécies desta arte; e ainda que é possível aprender a apreciá-la quando efetivamente o é, e a evitá-la quando por qualquer motivo não o é.

Da Arte do Belo é mais um marco do projeto de Carlos Nougué de plasmar em livro um tomismo vital e real. O primeiro foi a Suma Gramatical da Língua Portuguesa; o quarto é este, Da Arte do Belo; o sexto será, proximamente, o Comentário ao Apocalipse.

Assista ao documentário As Artes do Belo, de Viviane Princival e Jean Wichinoski, com argumento e participação de Carlos Nougué. O filme, baseado no livro Da Arte do Belo, está disponível gratuitamente para todos, na Internet. Seus oito episódios podem ser vistos no canal Carlos Nougué Tomismo, no Youtube.

Informação adicional
Peso 1050 g
Dimensões 24 × 18 × 5 cm
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